Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2005

Asas servem p'ra voar...

 

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Pois é! Parece que o meu blog é exclusivamente dedicado à poesia, o que em parte é verdade, mas na outra parte é mentira.

A poesia é uma das coisas que mais gosto, e por isso mesmo, é que este início de blog tem logo duas, que ainda por cima não são da minha autoria. Mas é preciso fazer jus a quem as escreve e incentivar os outros a lê-las.

Mas hoje, véspera de aniversário, não vou editar mais nenhuma poesia, nesta espécie de diário electrónico. Hoje vou apenas divagar pelas palavras que eu própria escrevo.

Hoje percebi que ando a morrer lentamente. Pois mais uma inspiração de Pablo Neruda, que tem um poema lindo acerca de morrer lentamente. E eu também estou assim. A morrer lentamente. Primeiro porque vou fazer 22 anos! Um autentico horror! Tou a ficar velha! E depois porque me apercebi que não tenho soltado as minhas asas e ando com medo de voar.

Começo a ficar verdadeiramente farta de fazer as mesmas coisas da mesma maneira, de ter uma criatividade estéril como diz a música dos Morangos com Açúcar. Ando a precisar de verdadeira animação!

Eu sei bem do que preciso! Preciso de mais uma estadia num qualquer país estrangeiro. Fazer Erasmus foi uma das melhores coisas que me aconteceu na vida e o problema é que o bichinho das viagens acordou aí e adormeceu quando eu cheguei, mas agora já voltou a despertar para o Mundo. E esse é o meu verdadeiro problema, quero viajar e quero ir-me embora. Ainda por cima, há alguém que me despertou ainda mais esse bichinho. Ele ainda é pior que eu!

Como eu dizia ontem, é triste querer ver a vida a passar rápido, achando que essa é a única maneira de a poder aproveitar. Mas parece que é verdade, tou desejosa de acabar o curso para me ir embora, se bem que vou arranjar uma qualquer desculpa para esperar mais uns meses ou mesmos uns anos.

O que me apetecia verdadeiramente era mandar o estágio a pastar, agarrar na mala e ir embora. De preferência para Espanha! Se bem que qualquer lugar do planeta Terra servisse.

Ando com a chama da viagem e ainda não encontrei nenhum lago para a apagar, só fogo que me inflama!


Terça-feira, 20 de Dezembro de 2005

Eu e tu... (quem quer que sejas)

Adão e Eva

Olhámo-nos um dia,

E cada um de nós sonhou que achara

O par que a alma e a cara lhe pedia.

E cada um de nós sonhou que o achara...

E entre nós dois

Se deu, depois, o caso da maçã e da serpente,

...Se deu, e se dará continuamente:

Na palma da tua mão,

Me ofertaste, e eu mordi, o fruto do pecado.

-Meu nome é Adão...

E em que furor sagrado

Os nossos corpos nus e desejosos 

Como serpentes brancas se enroscaram,

Tentando ser um só!

Ó beijos angustiados e raivosos

Que as nossas pobres bocas se atiraram

Sobre um leito de terra, cinza e pó!

Ó abraços que os braços apertaram,

Dedos que se misturaram!

Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,

Sede que nada mata, ânsia sem fim!

Tu de entrar em mim,

Eu de entrar em ti.

Assim toda te deste,

E assim todo me dei:

Sobre o teu longo corpo agonizante,

Meu inferno celeste,

Cem vezes morri, prostrado...

Cem vezes ressuscitei

Para uma dor mais vibrante

E um prazer mais torturado.

E enquanto as nossas bocas se esmagavam,

E as doces curvas do teu corpo se ajustavam

Às linhas fortes do meu,

Os nossos olhos muito perto, imensos,

No desespero desse abraço mudo,

Confessaram-se tudo!

... Enquanto nós pairávamos, suspensos

Entre a terra e o céu.

Assim as almas se entregaram,

Como os corpos se tinham entregado,

Assim duas metades se amoldaram

Ante as barbas, que tremeram,

Do velho Pai desprezado!

E assim Eva e Adão se conheceram:

Tu conheceste a força dos meus pulsos,

A miséria do meu ser,

Os recantos da minha humanidade,

A grandeza do meu amor cruel,

Os veios de oiro que o meu barro trouxe...

Eu, os teus nervos convulsos,

O teu poder,

A tua fragilidade

Os sinais da tua pele,

O gosto do teu sangue doce...

Depois...

Depois o quê, amor? Depois, mais nada,

- Que Jeová não sabe perdoar!

O Arcanjo entre nós dois abrira a longa espada...

Continuamos a ser dois,

E nunca nos pudemos penetrar!

 

José Régio


Soprado por: Asa às 23:05
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Sexta-feira, 16 de Dezembro de 2005

Eu... (em definição)

"A minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer, porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho de minha altura."

Fernando Pessoa

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Soprado por: Asa às 11:52
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