Quinta-feira, 28 de Setembro de 2006

Saudades...

 

Eu sei que há cerca de duas semanas era uma pessoa absolutamente intratável e chegava mesmo ao ponto de ser egoísta.

Foi uma fase menos boa de vida. Uma fase em que tive de me virar do avesso e voltar a virar até chegar novamente ao ponto onde deveria estar e de onde nunca deveria ter saído.

Tive de me perdoar a mim própria antes de perdoar qualquer um dos outros. Tive de perceber que construí pessoas onde só havia seres humanos.

Durante essas semanas só conviveram comigo aqueles que a isso foram obrigados ou então aqueles que sempre me perceberam.

A esses, quer os da obrigação, quer os da compreensão o meu Muito Obrigado. Como já devem ter reparado, já melhorei e por isso até já sou capaz de agradecer.

Também eu senti saudades da pessoa que fui em tempos…

Sinto-me: agradecida
A ouvir: MCM - Entre as 4h e as 5h da tarde

Quarta-feira, 27 de Setembro de 2006

O jogo perdeu o interesse...

Enquanto divago nos pensamentos de que da próxima vez trago um gorro de aviador, daqueles que prendem o cabelo e têm uns óculos estranhos para andar a voar, porque detesto conduzir com o cabelo a bater-me na cara, olho para o retrovisor e dou de caras contigo.

Não acredito que me vens a seguir à cerca de 5 kms e foste incapaz de me fazer notar a tua presença. Apenas te colaste à traseira do meu descapotável. Devias querer apanhar algum dos meus inúmeros cabelos que voam, devido à velocidade com que conduzo.

Não sei os motivos que te levam a seguir o mesmo caminho que eu, mas como já aprendi a não acreditar em coincidências, apostaria na hipótese de vires fazer qualquer importante à cidade.

Colas a frente do teu carro mesmo à traseira do meu. Agora sim, queres que eu repare em ti. Mas de propósito não vou olhar, já percebi que estás aí e que vens a seguir o mesmo caminho que eu. E vens com ela, também já vi.

Mas nem sonhes que vou deixar que me ultrapasses. Nem que para isso leve o carro ao limite. Nem que para isso tenho de me despentear toda e ficar com o cabelo cheio de nós.

Discretamente olho para ti. Reparo no teu olhar colado a mim. Já devias saber que eu vinha para casa a este hora. Só não sei que desculpa lhe terás dado para vires à cidade a esta hora. Será que ela sabe o que se passou entre nós? Não deve saber, caso contrário não estaria a apreciar a paisagem que lhe vai desfilando diante dos olhos.

Talvez por isso sorris. Porque os meus olhos encontraram os teus no retrovisor do meu carro. Apetecia-me travar e fazer-te colar a mim. Tal como os nossos corpos fizeram há uns anos atrás.

Não sei porque tenho ciúmes dela. Afinal de contas fui eu que não te quis mais. Servi-me de ti como os reis se servem dos súbditos. Cheguei ao ponto de estalar os dedos só para te ver a correr para mim.

Mas não és burro. Percebeste os meus jogos e quiseste jogar também. Má jogada! O jogo perdeu o interesse e foste à procura de uma nova mesa. É ela a jogadora ao teu nível? Ou é apenas alguém que podes vencer quando a sede de jogo é maior que tu próprio?

Aceleras e tentas ultrapassar-me mais uma vez. Não deixo, nem que para isso te force a manobras bruscas. Pode ser que assim ela repare que não é inocente a tua vinda até aqui. Porque é que havias de me tirar o prazer de sentir a liberdade quando conduzo o meu descapotável? Tu sabes que este sempre foi o meu carro de sonho. Desde a adolescência, quando sonhava ter 18 anos e poder tirar a carta que dizia que comprava um descapotável. Porquê hoje que precisava de me evadir da vida?

Resolvo trocar de lugar contigo. Lentamente abrando quando a recta se aproxima e deixo-te ultrapassares-me. Quero ver se vens mesmo a seguir-me ou se apenas vens nos mesmo caminho que eu. Quero testar-te mais uma vez. Jogar mais um jogo contigo.

Continuo em velocidade de cruzeiro e aprecio a liberdade dos cabelos ao vento. Tal como eu previa abrandas também. Mais um jogo em que te venço. Eu sabia que vinhas atrás de mim. Onde será que vais a esta hora?

Não me interessa. Já venci a minha aposta e não me interessa subir a parada. Apenas te sigo para lá mais à frente te perder. Quero que penses que controlas. Gosto de ver os teus olhos azuis reflectidos no teu retrovisor.

Agora já deves achar que estás em vantagem. Pois ilude-te mais uma vez. Viras à direita e viro atrás de ti. Quero dar-te a confiança que se dá a um jogador antes de se dar o golpe final. Deves achar que vou atrás de ti, mas a tua vida não me interessa mais. Gosto de ser o caçador não a presa.

Voltas a virar à direita e eu acelero, prefiro a esquerda desta vez. Não tens hipótese, demasiado tarde quando dás conta e não podes voltar atrás. Digo-te adeus mais uma vez. Se tivesse um lenço branco deixá-lo-ia voar até ti.

Para mim, o jogo perdeu o interesse…

 

Sinto-me: poderosa
A ouvir: Skye - Love Show

Terça-feira, 26 de Setembro de 2006

A outra...

Sento-me. Está uma noite de chuva horrível, mas as circunstâncias da vida obrigam-me a sair de casa, nestas noites em que só me apetece enrolar-me num cobertor fofo no meu sofá de sempre que se habitou aos moldes do meu corpo.

Mas saio contra a vontade. Entro no café de sempre e sento-me. Atende-me o empregado, também de sempre, que me conhece já há alguns anos. Olha para mim e sorri. Tem cara de ser feliz... Pelo menos leva a vida com um sorriso nos lábios. Olho para ele e penso que é pena ser casado, senão até pensaria em algumas aventuras…

Peço o de sempre, como de costume, um carioca de limão. À noite apetece-me sempre qualquer coisa parecida a chá. Acho que velhos hábitos não se perdem nunca. Além disso tenho de me desabituar da cafeína, faz mal à celulite!

E enquanto espero dou de caras contigo. Tens os olhos pretos mais bonitos que já vi. Tens os olhos de tigre que procuro em todos os homens que encontro. Sonhei que o pai dos meus filhos terá uns olhos assim.

Sinto-me nervosa. Olho lá para fora, para a chuva que se esborracha no vidro da janela do café de sempre. De repente, vejo um trovão que ilumina a escuridão da noite e no reflexo do vidro vejo os teus olhos a olharem para mim. Muito timidamente sorris.

Chega o empregado, que me conhece tão bem que até sabe onde moro, e entrega-me o carioca. Nem tu imaginas com quem me habituei a beber isto quando ainda nem sonhava que tu poderias existir. Velhos hábitos…

Olho para chávena e não resisto a levantar os olhos para te ver mais uma vez. Continuas a olhar para mim. Sinto-me incomodada por ela estar ao teu lado e tu mesmo assim olhares para mim.

De repente penso que estás a olhar na minha direcção mas não necessariamente para mim. E lentamente viro-me para trás para ver o que pode estar a captar a tua atenção. Mas não há nada. Tal como previa afinal o olhar é mesmo para mim.

Quando me viro novamente estás tu a sorrir da minha estupidez. Como quem diz que não, não me enganei. Ela dá conta e faz cara de amuada. Tu falas-lhe e voltas a olhar-me. Desta vez como se me despisses mentalmente e imaginasses todas as curvas e contracurvas que o meu corpo esconde debaixo destes casacos todos de Inverno. Ela deve-se ter apercebido porque olha para ti e começa a refilar.

Não consigo perceber a vossa conversa. O som do rádio, de sempre e sempre sintonizado na minha frequência preferida, não em deixa perceber as palavras que vocês trocam. De repente ela agarra-te e beija-te. Como se quisesse dizer-me que quem está contigo é ela e não eu. Finjo que não reparo e concentro-me na difícil tarefa de despejar o pacote de açúcar sem o deixar cair todo na mesa.

Retribuis o beijo e voltas a olhar para mim, como que a pedir desculpa de uma coisa que devias ter prazer e não obrigação em fazer. Mexo o carioca para derreter o açúcar e penso que prefiro ser a outra na tua vida.

Desta vez olho para ti descaradamente e reparo na barba que te fica tão bem. Dá-te um charme que não terias se não tivesses barba. Fixo-te e noto que gosto do jogo de olhares. Fixas-me também. Quando já não aguentas, porque a imaginação é fértil e o corpo não é de ferro, olhas para ela e beija-la novamente.

Aproveito para tirar um cigarro. Não hesitas e reparas na forma como os meus dedos mexem e o isqueiro parece veludo nas minhas mãos. Olho-te novamente, não me apetece perder esse olhar que me faz sentir bem. Faz-me sentir mulher. Tu fazes-me sentir mulher.

Reparo que agora também ela está a olhar para mim. A avaliar-me, a julgar-me. A pensar porque raio olhas para mim e não para ela. Não me importo, gosto do teu olhar fixo em mim. Preso em mim. É como se eu fosse a dona de tudo o que te pertence.

Porque simplesmente eu sou a outra...

 

Sinto-me: desejada
A ouvir: The Veils - The Leavers Dance

Sexta-feira, 22 de Setembro de 2006

Hoje, a vagabunda sou eu...

 

Tantas vezes achei que andavas perdido no mundo e não te conseguias encontrar.

Tantas vezes pensei que me querias como porto de abrigo, onde voltavas quando te sentias só e perdido na vida, sem saberes o que fazer a seguir.

Tantas vezes me senti como o teu ninho, quente, fofo, aconchegador e no qual dormias em paz, a sono solto sem os comuns pesadelos que te assaltavam até então.

E hoje que não me importava que me voltasses a procurar para fazeres de mim esse teu refúgio, já não estás cá. Já procuraste outro lugar que te aquece melhor do que eu, provavelmente.

Mas hoje, com este dia horrível de Inverno que por cá se abate, quem tem vontade de te procurar sou eu. Tenho vontade de parar em fente a tua casa e esperar que me sintas e me abras a porta, mais uma vez.

Tenho vontade de olhar para ti e desatar a chorar por tudo aquilo que a vida nos prometeu e não nos deixou cumprir. Tenho vontade de entrar, tocar os teus espanta-espíritos e sentir o cheiro doce e quente que me invade sempre que entro em tua casa.

Tenho vontade de me deitar no teu sofá enquanto me acendes a lareira e esperas que o fogo crepite, para te vires deitar junto a mim. Tenho saudades que me beijes, me abraces, me ames e depois que me deixes adormecer junto a ti.

Mas não o faço, não o posso fazer. Pediste-me para me afastar e compreendo o teu sofrimento. Imagino a dificuldade de viver com um peso desses e uma decisão forçada que nunca tiveste que tomar.

Por isso, vagueio nesta cidade à procura das recordações que fizemos e vivemos os dois.

Por isso, hoje, a vagabunda sou eu...

 

A ouvir: Lori Carson - Fall in the light
Sinto-me: abandonada

Terça-feira, 19 de Setembro de 2006

Deus* deve ser bordadeira...

 

*P.S.P. (Não, não julguem que isto é alguma tentativa de publicitar a PlayStation Portable. Muito menos será uma qualquer alusão a essa grande força policial que é a Polícia de Segurança Pública. Não! Isto é apenas um Post Scriptum à Priori. Eu tenho dúvidas que isto exista, mas se há algum propósito neste blog é o de me fazer inventar coisas novas.)

Ou seja, antes de começarem a ler este post, é para avisar que não faço tenções de discutir aqui e agora a existência de Deus. Respeito todas as religiões e também aqueles que dizem não ter nenhuma. Este post é apenas um desabafo e aqui Deus deve ser encarado como algo semelhante, senão igual, ao que a maioria chama de Destino.

 

Deus deve mulher.

Aliás, Deus só pode ser mulher. Deus é uma bordadeira que entrelaça a vida de todos nós num bordado único e constante, com milhares de fios e de cores. E para saber bordar tão bem, teve de aprender desde criança. Ninguém borda a vida de forma tão bela e perfeita senão tiver aprendido a bordar desde tenra idade.

E é obvio que para aprender tão cedo a fantástica arte que exerce como mais ninguém, tem de ser mulher. Não conheço nenhum homem que saiba bordar, quanto mais que o faça de forma tão sublime. A arte da subtileza pertence às mulheres. Por isso, Deus só pode ser mulher.

Uma mulher, uma bordadeira que se inicia desde cedo e que percebe que gosta do que faz, que os outros apreciam o seu trabalho e que cada vez se empenha mais em fazer um bordado bonito.

Deve ser uma daquelas bordadeiras de Viana, que fazem renda de bilros. Mas uma bordadeira de bilros especial, daquelas que usa milhares de milhões de linhas diferentes, todas entrelaçadas no mesmo bordado e que no seu conjunto perfazem o bordado mais bonito que nos é possível observar.

É um daquelas bordadeiras que gosta de cores diferentes e tem tanto jeito que ousa até inventar pontos novos. Deve ser isso, que faz de Deus uma bordadeira notável. A sua capacidade para inovar e a criatividade que aplica nos seus bordados.

Borda com calma e paciência, porque já o faz há muitos anos. Tantos que possivelmente até já lhe perdeu a conta. Quase que afirmava que fez isso a sua vida toda. E fá-lo bem feito!

Agarra em cada linha diferente, com uma cor única e entrelaça-a em todas as outras sem que fiquem presas em sítios que não era suposto estarem. Apenas dá os pontos necessários e sabe sempre quando fazer os nós. Daqueles tão bem feitos que nenhuma outra bordadeira conseguirá desfazer.

Borda como ninguém! Vira, cruza, enrola, entrelaça, dá mais uma volta e muda de ponto…

Sabe sempre quando se enganou e volta atrás para desfazer o que ficou mal feito. Quando acha que o bordado não está como devia estar, desfaz tudo e começa de novo. Se calhar com linhas diferentes, mas sempre com o propósito de fazer o mais belo bordado que se lembre.

Deus deve ser bordadeira…

 

A ouvir: Joan Osborne - What If God Was One Of Us
Sinto-me: filosófica

Sexta-feira, 15 de Setembro de 2006

Oportunidades...

Se pudesse mudar um dia da minha vida, tenho a certeza que mudaria o dia da minha primeira Serenata da Queima. Não hesitaria duas vazes a pensar e sem qualquer sombra de dúvida que seria o Dia a mudar.

Nesse dia, não teria tido a ideia peregrina de sequer sair de casa e talvez esse dia tivesse mudado a minha vida até hoje…

Teria-me limitado a vestir a capa e batina pela primeira vez, sem ousar pensar em algo mais. E talvez essa noite tivesse ficado na minha memória por muitos e longos anos…

Mas, com a juventude dos meus 18 anos achei que sabia mais do que de facto considerava saber e mudei o rumo da vida, com a simples decisão de sair nessa tarde.

Nessa altura, não sabia interpretar os sinais da via como hoje o faço. Sem pretensões de saber algo que não sei, teria feito as coisas doutra forma. Teimei nas minhas convicções e deixei de ter quem queria ao meu lado nesse dia.

Às vezes acho que a traição é o melhor caminho e aquele que nos magoará menos. Provavelmente, a maioria discorda, mas não me importo. Estou convencida disso mesmo. Cada um é que sabe do que fala...

Tenho pena de nunca mais ter visto essa pessoa. Tenho pena que a minha simples presença nessa tarde, tenha afectado tanto a sua vida e as suas posteriores decisões.

Mas principalmente, tenho pena de ter perdido a oportunidade…

A ouvir: Ivete Sangalo - Se eu não te amasse tanto assim
Sinto-me: desapontada

Segunda-feira, 11 de Setembro de 2006

O lugar onde tudo acontece...

 

Sim, há um lugar onde tudo acontece… Ou não!!!

Mas Chaves está a ficar pelo menos com mais interesse. E eu que estou farta de me queixar que não acontece nada nesta cidade e que isto é uma seca e que estou farta! Afinal parece que nem tudo é assim. E falo na primeira pessoa, por experiência própria que teve lugar hoje à noite, há poucas horas atrás.

Sinto-me na obrigação de tornar este blog um pouco mais cultural e deixar de falar apenas, única e exclusivamente da minha vida. E como o meu pouso para já ainda é por aqui, como forma de me lembrar que nem sempre isto é mau, vou contar o que tem acontecido por cá, que seja digno de registo.

Depois do “famoso” Congresso de Vilar de Perdizes, que se realizou no fim-de-semana passado e ao qual fui no Domingo à tarde, neste fim-de-semana foi a vez do Festival Galaico-Português cá em Chaves.

Descrevendo o primeiro, que sei ser do interesse para alguns dos que lêem este blog. Só tive oportunidade de ir no Domingo, isto porque, nos dias anteriores, Quinta, Sexta e Sábado andei a correr o país (pousei no Porto, em Coimbra e em Leiria) e depois porque nunca sei mesmo quando é que o Congresso se realiza. Mas mesmo assim, valeu a pena! Aquilo é um aglomerado de figuras, figurinhas e figurões. A quem nunca foi, recomendo pelo menos uma vez. Mas venham com o espírito aberto e com um mapa no carro. É que para quem não conhece, Vilar de Perdizes não é fácil de encontrar. Até porque é uma aldeia do concelho de Montalegre que está no mapa, única e exclusivamente por causa do dito Congresso.

Bem, lá fui eu, mais uma vez. Mas desta de tarde. Já lá tinha estado há alguns anos atrás, mas de noite e sinceramente é muito mais engraçado de noite que de dia. Há uma mística diferente. Este ano, tinha muitas tendas de consulta, que não vi há alguns anos atrás. Destaco obviamente a tenda da “Simara” porque toda a gente deve conhecer e porque as consultas eram caríssimas. Havia também muitas tendas de tarot, runas, bolas de cristal e afins. O típico que possam imaginar!!! E principalmente a venda de chás que é o que mais se vê. Para tudo e para todos. Eu, pessoalmente, gosto do “Levanta o pau”! Acho o nome sugestivo… E sim, é mesmo para isso que estão a pensar!

Já o Festival Galaico-Português foi muito mais interessante. Porque aliou a cultura galega à cultura portuguesa, neste caso flaviense. Foi um evento muito mais cultural… Também só fui no Domingo à noite, mas fiquei bastante bem impressionada. Assisti a algumas coisas que também acontecem no Congresso de Vilar de Perdizes, tal como a Queimada das Bruxas. É um ritual em que um bruxo vai deitando coisas num pote de ferro preto ao mesmo tempo que vai dizendo uma reza qualquer. E no fim, aquilo acende-se com um isqueiro e começa a arder, porque entre outras coisas leva aguardente. E cá ofereceram-me uma caneca de barro preta e um bocado da Queimada, que é uma bebida alcoólica.

Mas a noite começou de forma muito mais agitada! Ia eu, rua fora na minha descontracção e eis que surge um polícia vindo do nada a correr atrás de um rapazito que tinha passado por mim. Pelo que percebi, ele roubou a carteira a um senhor. E nisto o polícia agarra-o e ele foge e começa outra vez a correr na minha direcção e o polícia atrás. Tipo cena de filme… Só a mim…

Lá sigo o meu rumo, que eu não sou desses mirones de ficar a ver a desgraça dos outros para depois me regozijar com ela, e entro no recinto do festival, onde havia algumas barracas a vender produtos variados, tipo comida, brincos, chás, artesanato, etc. Lá fui dar a volta para ver o que havia e passado pouco tempo entra um grupo de três gaiteiros e dois bombos a tocar música celta. Aí claro que fiquei a delirar… Adoro música celta, aliás, adoro a cultura celta. Talvez por isso tenha gostado um bocado mais deste Festival. Era muito nessa onda. Lá fiquei em êxtase cerca de meia hora a ouvir os rapazes a tocar. Que diga-se de passagem, para além de tocarem muitíssimo bem, eram bastante jeitosos e tinham o ritmo no corpo. Notava-se que vibravam com a música e com aquilo que estavam a fazer. Depois vi uma pequena encenação da condenação das rameiras e por fim foi a Queimada. Isto sempre ao som da música celta.

Para terminar a noite, sentei-me a fumar um cigarro e a beber a Queimada e assisti, assim tipo criança, ao fogo-de-artifício. Primeiro, fogo preso a simbolizar algumas tarefas da aldeia e depois fogo-de-artifício dito normal.

Tudo isto em dois fins-de-semana seguidos. Agora digam lá, se Chaves e arredores não é o lugar onde tudo acontece?

 

 

 

Post Scriptum: A foto é originalmente minha. Penso que é a primeira que publico no blog, que seja mesmo tirada por mim. A título de curiosidade, foi tirada em Edimburgo, no dia 13 de Abril de 2006. Podem usar à vontade, que não vou reclamar direitos de autor…

 

A ouvir: Dona Maria - Quase Perfeito
Sinto-me: cultural

Soprado por: Asa às 01:06
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Sábado, 9 de Setembro de 2006

Virei anti-social...

 

Hoje é um daqueles dias estranhos. Ontem entrou a lua cheia e neste mês de Setembro parece que o Mundo enlouqueceu…

Provavelmente tudo o que a seguir se segue vai ser desprovido de uma qualquer linha de orientação, mas os desabafos falam mais alto e nada melhor que um blog, vulgo, diário virtual (explicação utilizada para a minha perceber o porquê de passar tantas horas em frente ao computador e quase sempre na net), para escrever aquilo que me apetece!

Hoje é um daqueles dias em que odeio pessoas. Cada vez me considero mais anti-social. Começo a achar que aquela cadeira fantástica de nome Comportamentos Anti-Sociais, deixou em mim uma marca registada. Só o Castro Fonseca para provocar uma reacção destas em mim…

Estou farta de pessoas e de ter de estar com elas. Queria um planeta inteirinho só p’ra mim. Podiam dar-me Plutão, que agora já nem planeta é, é um planeta-anão, que já me chegava.

Estou farta da vontade dos outros. De aturar os problemas melodramáticos de novelas mexicanas, que não interessam nem ao Menino Jesus.

Percebi que cada vez mais preciso do meu tempo e do meu espaço. Estou farta que me liguem p’ra ir tomar cafés, em que o que interessa são coisas de tanga e desaprendo mais do que poderia eventualmente aprender.

Não gosto de pessoas burras! Irrita-me que as pessoas vivam uma vida miserável (na minha opinião, porque cada um é feliz como quer, gosta e o deixam) e não façam nada para mudar. Irrita-me que o Mundo seja uma bola redonda e não passe disso na cabeça de muitos.

Nunca vivi para agradar a ninguém e de certezinha absoluta que não é agora que o vou começar a fazer.

Bem, a única réstia de consolo é a hipótese de passar 6 mesinhos na Alemanha. Todas as minhas preces vão dar aí neste momento. Mas para já, basta-me saber que na quarta-feira estarei a caminho de Lisboa, bem longe disto e das pessoas que não me trazem nada…

 

 

Sinto-me: farta de tudo
A ouvir: Ana Carolina - Quem de nós dois

Simplesmente eu...


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